“O Leitor”: um filme que
aborda uma história de
paixão e frustração entre
as décadas de 50 e 60
O longa “O Leitor”, dirigido por Stephen Daldry, estreou nos cinemas do mundo inteiro no mês de fevereiro deste ano, e foi muito aguardado, pois rendeu um Oscar de melhor atriz a Kate Winslet – a protagonista da trama - , além de ser baseado no primeiro livro de romance alemão, publicado em 1995 e escrito por Bernard Schlink, a estar dentro da lista dos best-sellers do New York Times.
O longa “O Leitor”, dirigido por Stephen Daldry, estreou nos cinemas do mundo inteiro no mês de fevereiro deste ano, e foi muito aguardado, pois rendeu um Oscar de melhor atriz a Kate Winslet – a protagonista da trama - , além de ser baseado no primeiro livro de romance alemão, publicado em 1995 e escrito por Bernard Schlink, a estar dentro da lista dos best-sellers do New York Times.
Como o próprio título nos remete, o filme aborda uma temática referente ao ato de ler - ser um leitor -, perceptível ao nos apresentar a protagonista Hanna, interpretada por Kate Winslet, como analfabeta mas, ao mesmo tempo, muito interessada em ouvir histórias, narrativas. E por não ter domínio da leitura, pede para Michael (Ralph Finnes) – um rapaz 21 anos mais novo que ela e com quem, nesse momento do filme, mantém um relacionamento amoroso – ler em voz alta todas as vezes que se encontram na casa dela. Mas esta forte característica da personagem não nos é apresentada de maneira confirmada no início da trama, bem como a sua vida não é muito colocada em pauta, apenas nos é mostrado que ela não tem amigos e nem uma vida social; em boa parte do filme, que trabalha no interior de um bonde que circulava na cidade e que, posteriormente, é julgada em um tribunal por ter trabalhado para o Nazismo e contribuído com centenas de mortes na época da Segunda Guerra Mundial.
O fato que realmente nos intriga e nos faz gostar ou não do filme é o de Hanna e Michael ocultarem em julgamento – após 7 anos da fuga dela, o motivo que causara o rompimento do romance dos dois – o que poderia mudar suas vidas. Foi durante a acusação dela que ele, por cursar Direito e encontrar-se presente no tribunal apenas por questões referentes à universidade, reencontrou-a e recordou os magníficos dias que tiveram, montando, assim, um “quebra-cabeças” que demonstrava que ela era analfabeta e que não tinha as mínimas condições de ter feito aquilo de que estava sendo acusada: ter escrito o relatório das mortes das judias. Mas, por perceber que sua antiga paixão se calara e não se defendera por sentir vergonha de expor em público que era analfabeta, Michael também não falara – ou por aceitar a vontade de quem o libertara prazerosamente de uma época familiar conturbada ou por não querer revelar o romance secreto que tivera com a acusada. Enfim, a covardia e/ou a vergonha de ambos é o principal ingrediente para o desfecho da trama, o qual nos faz questionar sobre o que realmente sucedera na mente dos dois para que se calassem e deixassem que a narrativa percorresse pelo lado mais difícil, pois, por eles ocultarem a verdade, ela é presa injustamente e ele permanece solitário – talvez por ter desacreditado no amor após tamanha frustração ou por ele já ter se mostrado de tal modo quando tinha 15 anos no início da história.
A película apresenta os fatos de um modo que temos que assisti-la até o final para compreendermos e sabermos da história, pois são vários os acontecimentos inéditos e inesperados (como, por exemplo, ela ter trabalhado para o Nazismo) que aparecem na trama e que, ao serem apresentados, explicam ou modificam de alguma maneira o enredo. Diferentemente de outras narrativas que, ao assistirmos o trailer, já temos uma boa noção de como suas histórias irão se desenvolver e/ou se encerrar.
Sabemos que filmes baseados em livros não se constituem em uma obra fiel e condizente, mas, talvez por não ter lido o romance, acha-se que a trama é bem desenvolvida e que nos prende do início ao fim.
Esse filme não é recomendado para menores de dezoito anos por apresentar nudez e cenas de sexo.
INFORMAÇÕES EXTRAS:
· O livro “The Reader” é narrado em primeira pessoa do singular pelo protagonista Michael, e nos mostra que quando Hanna o vê pela primeira vez, trata-o como criança, chamando-o de “kid” (criança em inglês).
· E outros filmes que também abordam essa temática “do ato de ler”, mas sob outras perspectivas são os filmes: “Coração de Tinta” e “A História do Ratinho Despereaux.
· O livro “The Reader” é narrado em primeira pessoa do singular pelo protagonista Michael, e nos mostra que quando Hanna o vê pela primeira vez, trata-o como criança, chamando-o de “kid” (criança em inglês).
· E outros filmes que também abordam essa temática “do ato de ler”, mas sob outras perspectivas são os filmes: “Coração de Tinta” e “A História do Ratinho Despereaux.