E agora? “Prós” fica com acento ou não? O que devo escrever? Para onde devo olhar? Foram essas as perguntas que me vieram à cabeça quando escrevi esse pequeno título. Passei alguns minutos pensando e pude verificar na prática as dúvidas e incertezas de quem vai ter que seguir o novo acordo ortográfico.
O decreto assinado no fim do ano passado pelo presidente Lula, com o cronograma do acordo, entrou em vigência já em Janeiro de 2009, mas as normas atuais ainda serão aceitas até Dezembro de 2012.
Para entrar em vigor, o acordo precisava da aceitação de no mínimo três países, o que foi feito com Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe - Portugal só aceitou em maio de 2008. Hoje o acordo é assinado por 8 diferentes localidades, entre países e ilhas.
Entre a parte boa do acordo, o Ministério da Educação afirma que este “ampliará a cooperação internacional entre os oito países ao estabelecer uma grafia oficial única do idioma. A medida também deve facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre as nações e a divulgação mais abrangente da língua e da literatura.” Olhando por esse ponto de vista, o acordo irá enriquecer o idioma que era o único no mundo em que além da pronúncia, a escrita também era diferenciada nos diferentes países que usam o português.
Quem também assina embaixo é a professora Vera Melo Reis, professora, "a retirada dos acentos facilita o aprendizado. [...] Para os alunos, será mais fácil ler os livros editados em Portugal e nos demais países que usam a mesma língua. Alguns tinham dificuldades em entender os outros portugueses. Será mais complexo para nós, profissionais, que estamos muito acostumados a escrever."
Mas nem tudo são rosas... Dentro da área do saber, também há divergência quanto às mudanças adotadas. Flávia Lima, editora da revista segmentada O Setor Elétrico diz “Li o guia prático da nova ortografia. [...] Algumas mudanças até são coerentes como a inserção das letras 'k', 'w' e 'y' no alfabeto. [...] A retirada do trema também considero sensata, assim como de alguns hífens... Outras mudanças são radicais. Não concordo com a eliminação dos acentos das paroxítonas terminadas em ditongo, nem das palavras terminadas em êem e ôo. E por que 'têm' e 'vêm' no plural continuam com acento? [...] No início, terei que parar de escrever a todo instante para consultar o manual. Vai prejudicar meu cotidiano.”
Nesse momento, penso: como será que lá nos anos passados as pessoas receberam as novas palavras que foram trocadas, lá na época do português arcaico? Também não deve ter sido fácil e também deve ter tido muitas discussões entre os estudiosos.
É, pelo jeito todos nós - jornalistas, educadores, escritores, alfabetizados enfim -, vamos ter muito trabalho pela frente. Com dúvidas ou não, gostando ou não, teremos que seguir adiante, pois, afinal de contas, não foi a 1ª reforma que tivemos na língua e acredito que nem será a última!
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